sábado, 19 de setembro de 2009

Nada é por Acaso

Ao entardecer, vindo do seu local de trabalho, Jorge observou uma mulher que lhe chamara atenção por suas expressões angelicais, resolvendo assim segui-la por curiosidade e desejo.
Notou também que continha o convite da mesma festa a qual ela se dirigia. Propusera-lhe então uma carona que o foi aceita. Trocaram olhares e diálogos promíscuos até o local pretendido por eles.
Ao chegar à festa, Jorge encontra sua ex-mulher – o fim do relacionamento ocorreu por causa dos ciúmes dela para com ele. A prostituta, incomodada com a situação, tanta fugir de Jorge, mas, ele acaba percebendo e não solta da mão dela. Assim eles passam a noite tranquilamente trocando afetos e carícias.
Já ao amanhecer – numa noite de encontros – a prostituta encontra o seu cafetão, o que lhe deixa nervosa, pois Jorge não sabia que ela era uma prostituta. O cafetão puxa a moça pelo braço – fato não aceito por Jorge, que o empurra agressivamente. Ela pede para que a deixe, mas, Jorge insiste, e então o homem acerta-o com um tiro à queima roupa assim que ela o confessa da sua real profissão.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Navio Fantasma

Era o cruzeiro dos sonhos de muitos, mas, só quem realmente poderia pagá-lo eram barões, empresários, políticos, enfim, pessoas muito ricas – o que não era o meu caso -.
Acabei por ganhar uma passagem do meu tio - um coronel respeitado em Manaus –, eu não sabia de que jeito demonstraria toda minha gratidão, afinal, acabara de completar dezoito anos e poderia comemorar ao lado de várias mulheres ricas e lindas, por sinal.
De repente, percebi que o navio tinha parado, corri até o comando para saber o que tinha acontecido. Ao chegar lá, vi que não havia ninguém, procurei por todos os cantos, não conseguia ver ninguém. Desesperei-me, a ponto de fechar os olhos e balançar a cabeça. Foi quando tudo parecia voltar ao normal.
Uma moça parou ajoelhando-se aos meus pés, gritando: “Salve minha criança! Salve minha criança!”. Busquei sua filha ao seu redor, mas, antes que perguntasse onde estava, a moça já havia partido. Percebi que o navio estava naufragando, assim que corri mais desesperado, todos ao meu redor, puseram-se a andar como se nada tivesse acontecendo. – Fiquei confuso –. Por um momento achei que estava louco.
- Você não vê? Estamos afundando. – Tentei alertar a todos, no entanto, aquelas pessoas já tinham essa noção, tanto é que suas faces estavam tristonhas e conformadas. Parei por um instante, para procurar respostas para o meu delírio, já que todos me ignoravam. Assim que algumas perguntas iam-me surgindo, algumas delas eram imediatamente respondidas. O que me azucrinava a mente, era por que aquelas pessoas não tentavam se salvar? Foi quando todos começaram a replicar:
- Todos nós já estamos condenados! – Tentei combater esse pensamento, mas foi em vão.
Esse cruzeiro, por levar pessoas importantes, foi homenageado, com um cemitério especial, criado só para os passageiros e tripulantes do navio. Hoje vim visitá-lo, é a primeira vez que venho aqui desde aquele dia. Uma tumba me chamou atenção, era a mais bem conservada, e a que mais brilhava, os parentes estavam lá chorando a morte de um ente. Movido pela curiosidade, fui até lá.

“Jaz aqui o que era para ser um mais novo homem na sociedade.
Fernando Moura Dos Santos
18/05/70”
Fiquei espantado, ao ver minha foto e o meu nome junto à tumba.

Escrito por Célio Renan

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Herói

Outro filme, cuja narrativa quebra a linhagem linear, ou seja, não segue uma ordem premeditada - Inicio, meio, fim -. Herói é surpreendente, e contagiante por causa da predominância das cores no filme, transmitindo aos olhos de quem vê uma beleza sem igual. Essa
predominância de cores acontece em cada versão da história, seja contada por um ou outro personagem. As tonalidades de cor e seus respectivos significados usados são: vermelho(Paixão), azul(Amor), verde(Juventude), branco(Verdade) e preto(Morte). Outro fator que deve-se chamar a atenção, são as lutas decorridas no filme, irreais, no entanto, nos chamam a atenção por serem como danças coreografadas e bem feitas - com espadas -.
A trama gira em torno de Sem Nome (Jet Li, que reduziu substancialmente o seu cachê para participar do filme), um guerreiro que certo dia entra no palácio do Rei de Qin (Daoming Chen) carregando as armas dos três maiores guerreiros da região, Espada Quebrada (Tony Leung), Neve que Voa (Maggie Cheung) e Céu (Donnie Yen), que eram inimigos mortais do Rei. Assim, o monarca o recebe e pede para que ele conte como matou os três. Acontece que a verdadeira história não é bem a contada por Sem Nome, então temos várias outras versões, onde imperam o ódio, amor, compreensão, vingança... entre outros...

quarta-feira, 13 de maio de 2009

"O Escafandro e a Borboleta"


Título Original: Le Scaphandre et le Papillon(O Escafandro e a Borboleta)
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 112 minutos
Ano de Lançamento (França / EUA): 2007
Estúdio: Pathé Renn Productions / France 3 Cinéma / Canal+ / Région Nord-Pas-de-Calais / The Kennedy/Marshall Company / C.R.R.A.V. Nord Pas de Calais / Ciné Cinémas / Banque Populaire Images 7
Distribuição: Miramax Films / Europa Filmes
Direção: Julian Schnabel
Roteiro: Ronald Harwood, baseado em livro de Jean-Dominique Bauby
Produção: Kathleen Kennedy e Jon Kilik
Música: Paul Cantelon
Fotografia: Janusz Kaminski
Desenho de Produção: Michel Eric e Laurent Ott
Figurino: Olivier Bériot
Edição: Juliette Welfling

Sou novo, no que diz respeito a crítica de filmes, contos ou histórias contadas por autores brasileiros e/ou estrangeiros. Para inaugurar, escolhi, ou escolheram por mim, um filme baseado em uma história real. "O Escafandro e a Borboleta". Estou longe de ser um bom crítico, e essa primeira obra, é bastante complicada por ser uma narrativa não linear, ou seja, começa do final, e não tem uma ordem pré estabelecida, como o tão famoso "Memórias Póstumas de Brás Cubas". Ele tanto nos passa sensações, como emoções que chegam a nos remeter a certas angústias vividas pelo personagem principal - a idéia de estar preso junto a ele, de estarmos paralisado como ele. Nesse filme, Jean-Do é um homem de 43 anos - jornalista - que sofre de repente um derrame cerebral, e passa 20 dias em coma. Ao acordar, descobre que sofre de uma paralisia rara - em que o único movimento que o resta é o do olho esquerdo, e tem dificuldade para aceitar esse novo modo de vida. Isso o fez refletir como era a sua vida, o que poderia ter feito além do que fez, enfim...
Jean-Dominique Bauby, ao decidir deixar de sentir pena de si própio, é como se tivessemos nos libertados de algumas sensações, já que no início, a lente da câmera faz-se passar pelo seu olho esquerdo. Algum tempo depois, ele escreveu um livro retratando a sua imaginação e as suas sensações. Jean-Do para os íntimos, faleceu no dia 9 de março de 1997, Dez dias após a publicação do seu livro que tem o nome devido a um contraste de vida. Escafandro, por ser uma roupa fechada, quente, pesada, o qual nos transmite a idéia de aprisionamento - Fase vivida após o derrame cerebral -. Borboleta, por representar nada mais nada menos que a liberdade, onde se tem a idéia de sermos felizes por sermos perfeitos.
No entanto, é um filme que deve ser visto, mais de uma vez, por apresentar detalhes que podem passar despercebidos aos olhos de quem vê...

P.S. A Prática nos favorece por intermédio do tempo, a perfeição.